quinta-feira, 4 de junho de 2015

Igreja Contextualizada


 Todos aqueles que são abraçados pela soberana graça de Deus conhecem a passagem de Mateus 28: 18-20: 
E, aproximando-se Jesus, falou-lhes: Toda autoridade me foi concedida no céu e na terra.
Portanto, ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo;
ensinando-lhes a obedecer a todas as coisas que vos ordenei; e eu estou convosco todos os dias, até o final dos tempos.

 A igreja de Jesus Cristo não estará fazendo um favor para ele, mas, cumprindo um mandamento e, dessa forma, O adorando e vivendo para a glória do Deus Triúno.
Pois bem, observando as nossas igrejas evangélicas, posso constatar o seguinte: A sua grande maioria está bem afastada de Deus, basta olharmos os seus frutos. Priorizam os resultados de suas ações e distorcem as Escrituras, ou seja, conseguem em uma mesma passagem aceitar contextualizações absurdas, basta ser ensinado por um pseudo homem de Deus. Mas também existem aquelas que confundem algumas coisas não tão essenciais para a fé salvífica, coisas como: em uma liturgia que se pregue a sã Palavra, mas que há no momento do louvor danças, ou um teatro; ou em um outro momento fazem evangelismo “estratégico” que, quase não se fala de Cristo. Mas que no seu dia a dia, são pessoas que entendem a obra de Cristo em suas vidas e dão um bom testemunho como resposta da obra do Salvador.

 Há também as igrejas da qual eu faço parte, são denominações históricas, chamamos de tradição Reformada, ou seja, a nossa confissão de fé é baseada nos princípios da Reforma do século XVI, onde um dos mais citados é o Sola Scriptura (somente as Escrituras), o que isso quer dizer? Somente as Escrituras são a nossa única regra de fé e prática, pois Ela é a Palavra de Deus e suficiente para guiar a igreja de Cristo, uma belíssima doutrina. Mas também precisamos rever algumas coisas! Muitas de nossas igrejas preservam muito bem a sã doutrina, os ensinos apostólicos, são fiéis à Teologia Reformada, entretanto, não sabem dialogar com o contexto à sua volta e, algumas correm o sério risco de fechar, não por sua tradição, e sim, por seu tradicionalismo.

 É verdade que a sã doutrina não deve ser mexida. Precisamos crer que Deus veio em carne, morreu, ressuscitou e voltará; somos salvos pela graça, mediante a fé, não por obras; o centro do Evangelho não é o homem, mas, Cristo, nos revelando o Pai e enviando o Espírito Santo. Não negociamos as verdades Eternas! No entanto, precisamos estar atentos para toda a Escritura e, se tratando de proclamarmos as boas novas de cristo, como os apóstolos faziam isso por onde passavam? Vamos observar o apóstolo Paulo. Tim Keller em seu livro “Igreja Centrada”, nos lembra que o apóstolo estava contextualizado com os seus ouvintes, ele diz:

·         "Em atos 13, Paulo fala a Judeus e Gentios tementes a Deus;

·         Em atos 14, Paulo dirige-se aos pagãos incultos;

·         Já a passagem de atos 17 é um resumo da mensagem
 de Paulo aos Pagão filósofos e instruídos;"
  
 Analisando essas passagens, fica mais fácil de compreendermos que o Espírito Santo nos usa para pessoas diferentes, ou seja, ele não veio salvar só instruídos ou incultos, logo, já se perguntou se a sua comunidade de fé, ou até mesmo você tem prestado atenção e orado para que o Espírito lhe use poderosamente dentro do contexto em que você vive?

 Precisamos levar a mensagem que apresenta o nosso Deus criador de tudo; o homem como pecador e distante de Deus; Cristo sendo o Deus eterno que encarnou para morrer e ressuscitar pelos nossos pecados, nos redimindo, reconciliando-nos com o Pai; Cristo voltará para buscar a sua igreja; os salvos reinarão eternamente com Deus, onde não haverá mais dor; Nossa esperança está no Senhor. Agora, podemos pensar no modo de conectar essa mensagem com o contexto em que vivemos e, quando eu digo isso, não quero dizer que somos responsáveis por convencer o homem de seus pecados, não é isso, nem afirmo que é necessário fazermos piruetas, apenas estarmos contextualizados. Lembre-se de Paulo ao falar aos homens, ele estava engajado com a cultura deles. Paulo tocava nos pontos centrais e de forma sábia, apresentando o evangelho como a Salvação dos pecadores arrependidos.

 Irmãos, precisamos olhar para nós, bem como para a nossa comunidade e ver onde podemos melhorar! Mas quero deixar claro uma coisa, nunca podemos abandonar a sã doutrina e nem deixar as nossas igrejas se parecerem com um circo! Também não estou afirmando que precisamos ter uma igreja modelo - aquela que deve ser seguida - pois a única igreja modelo é a invisível, a santa igreja de Cristo, triunfante por todos os séculos!
Talvez a melhor forma de culto em sua comunidade de fé, seja a mais tradicional, esse pode ser o contexto; ou pode ser com alguns recursos de vídeo e uma música mais contemporânea, ou até mesmo, convivendo com os dois modelos, um culto mais tradicional e outro mais contemporâneo. Torno a dizer, Preserve a sã doutrina e confie que é o Espírito de Deus que nos guia e convence o pecador. Cabe a nós buscarmos a vontade do nosso Deus.

Biografia:

Tim keller, Igreja Centrada, Editora Vida Nova, Pg 54.


- Alex Barbosa




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