Tenho percebido que
muitos líderes e crentes em geral não conhecem a história do Cristianismo, não
que isso seja essencial para a nossa salvação, nada disso. Mas, conhecer a
nossa história enriquece a nossa fé, esclarece doutrinas e controvérsias,
podemos evitar erros passados e conhecer homens e mulheres piedosos que
glorificaram a Deus com as suas vidas.
Os mais interessados
em história já devem ter ouvido falar que a primeira igreja brasileira foi a
Congregacional, no entanto, investigando um pouco mais, iremos conhecer a França Antártica (1555 – 1558), situada
na Bahia de Guanabara/RJ. Era uma tentativa da colônia Francesa, representada por
homens e mulheres Cristãos Huguenotes (Reformados franceses), liderados por seu
futuro traidor Villegaignon (vice-almirante). Ele negou a sua profissão de fé
reformada e passou para o lado dos Católicos Romanos. Não satisfeito, ele
martirizou dois franceses no mesmo dia, e tempos depois, outro. Eram eles: Jean
Du Bourdel, que depois de ser agredido e humilhado por Villegaignon, foi
conduzido até uma rocha cantando Salmos e louvores, fez sua última oração e,
então, foi sufocado e lançado ao mar. O segundo foi Matthieu Verneil que, após
orar, questionou sua morte, pois meses antes o seu acusador professava a mesma
fé. Ele pede para ser poupado e ser escravo, no entanto, isso só seria possível
caso ele negasse a doutrina reformada, o que ele não fez, por conta disso foi
martirizado. O Terceiro era o Alfaiate André Lafon, que não morreu naquele dia,
pois disse que não seria radical com a sua crença, foi poupado e levado preso.
Tempos depois, já enfermos foi morto como os outros dois amigos.
Não posso deixar de
mencionar o documento (Confissão de fé da Guanabara) que eles produziram em resposta aos questionamentos do seu
acusador, tudo em uma noite, em algumas horas. Irmãos, nossas igrejas precisam
urgentemente conhecer essa e outras histórias, fé de pequeninos homens
que, mesmo diante da morte não negaram a verdadeira fé.
Aprofundando um pouco
mais nas pesquisas, vamos encontrar décadas depois (1625-1692) outra Igreja
Reformada em nosso solo. Chega ao Brasil, para ser mais preciso, no Nordeste, os
holandeses. Em sua maioria, membros da Igreja Reformada Holandesa. Nós chamamos
esse período de Brasil Holandês.
Segundo a Professora Jaquelini de Souza, essa colônia teve em 24 anos, 22
igrejas, uma delas de língua inglesa, uma francesa e outra exclusivamente
formada por índios. Havia índios estudando a confissão de fé Belga, adotada
pela Igreja Reformada Holandesa, alguns deles falavam holandês, tendo a oportunidade
de ter estudado no país de seus colonos.
Uma das formas de evangelização era por meio do ensino, ou
seja, a alfabetização. Inicialmente tendo professores holandeses, posteriormente, formaram-se índios instruídos no ensino. Esses índios passaram a ensinar e a evangelizar outros índios.
Esse
lindo Brasil tem o seu fim depois de muitas tentativas dos Colonos Portugueses buscando a expulsão dos Reformados holandeses, culminando com os índios e seus amigos Reformados tendo que fugir de tamanha perseguição.
Apesar de tudo, temos
essa linda história, e certamente o Brasil Holandês não foi em vão, pois muitos
índios tiveram o encontro com Cristo, professando a sua fé publicamente. Anos
mais tarde, depois da expulsão dos holandeses, houve relatos de padres encontrando
tribos com a fé Reformada preservada.
Amados irmãos, pesquise
e incentive a sua igreja estudar a história. Compre bons livros como esse sobre
“A primeira igreja protestante do Brasil”,
pesquise em sites como o Monergismo.com e Mackenzie.br.
Espero ter sido útil
de alguma forma, despertado o interesse de pesquisar e amar a nossa história.
Soli Deo Gloria
Fontes:
Livro: Souza, J. A primeira igreja Protestante do Brasil. São
Paulo. Editora Mackenzie. 2013.
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