segunda-feira, 25 de maio de 2015

A HISTÓRIA QUE POUCOS CONHECEM


 Tenho percebido que muitos líderes e crentes em geral não conhecem a história do Cristianismo, não que isso seja essencial para a nossa salvação, nada disso. Mas, conhecer a nossa história enriquece a nossa fé, esclarece doutrinas e controvérsias, podemos evitar erros passados e conhecer homens e mulheres piedosos que glorificaram a Deus com as suas vidas.


 Os mais interessados em história já devem ter ouvido falar que a primeira igreja brasileira foi a Congregacional, no entanto, investigando um pouco mais, iremos conhecer a França Antártica (1555 – 1558), situada na Bahia de Guanabara/RJ. Era uma tentativa da colônia Francesa, representada por homens e mulheres Cristãos Huguenotes (Reformados franceses), liderados por seu futuro traidor Villegaignon (vice-almirante). Ele negou a sua profissão de fé reformada e passou para o lado dos Católicos Romanos. Não satisfeito, ele martirizou dois franceses no mesmo dia, e tempos depois, outro. Eram eles: Jean Du Bourdel, que depois de ser agredido e humilhado por Villegaignon, foi conduzido até uma rocha cantando Salmos e louvores, fez sua última oração e, então, foi sufocado e lançado ao mar. O segundo foi Matthieu Verneil que, após orar, questionou sua morte, pois meses antes o seu acusador professava a mesma fé. Ele pede para ser poupado e ser escravo, no entanto, isso só seria possível caso ele negasse a doutrina reformada, o que ele não fez, por conta disso foi martirizado. O Terceiro era o Alfaiate André Lafon, que não morreu naquele dia, pois disse que não seria radical com a sua crença, foi poupado e levado preso. Tempos depois, já enfermos foi morto como os outros dois amigos. 

 Não posso deixar de mencionar o documento (Confissão de fé da Guanabara) que eles produziram em resposta aos questionamentos do seu acusador, tudo em uma noite, em algumas horas. Irmãos, nossas igrejas precisam urgentemente conhecer essa e outras histórias, fé de pequeninos homens que, mesmo diante da morte não negaram a verdadeira fé.

 Aprofundando um pouco mais nas pesquisas, vamos encontrar décadas depois (1625-1692) outra Igreja Reformada em nosso solo. Chega ao Brasil, para ser mais preciso, no Nordeste, os holandeses. Em sua maioria, membros da Igreja Reformada Holandesa. Nós chamamos esse período de Brasil Holandês. Segundo a Professora Jaquelini de Souza, essa colônia teve em 24 anos, 22 igrejas, uma delas de língua inglesa, uma francesa e outra exclusivamente formada por índios. Havia índios estudando a confissão de fé Belga, adotada pela Igreja Reformada Holandesa, alguns deles falavam holandês, tendo a oportunidade de ter estudado no país de seus colonos.
Uma das formas de evangelização era por meio do ensino, ou seja, a alfabetização. Inicialmente tendo professores holandeses, posteriormente, formaram-se índios instruídos no ensino. Esses índios passaram a ensinar e a evangelizar outros índios.

 Esse lindo Brasil tem o seu fim depois de muitas tentativas dos Colonos Portugueses buscando a expulsão dos Reformados holandeses, culminando com os índios e seus amigos Reformados tendo que fugir de tamanha perseguição. 

 Apesar de tudo, temos essa linda história, e certamente o Brasil Holandês não foi em vão, pois muitos índios tiveram o encontro com Cristo, professando a sua fé publicamente. Anos mais tarde, depois da expulsão dos holandeses, houve relatos de padres encontrando tribos com a fé Reformada preservada.

 Amados irmãos, pesquise e incentive a sua igreja estudar a história. Compre bons livros como esse sobre “A primeira igreja protestante do Brasil”, pesquise em sites como o Monergismo.com e Mackenzie.br.
 Espero ter sido útil de alguma forma, despertado o interesse de pesquisar e amar a nossa história.

Soli Deo Gloria

Fontes:
Livro: Souza, J. A primeira igreja Protestante do Brasil. São Paulo. Editora Mackenzie. 2013.

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