É senso comum que o livro sagrado dos Cristãos
é a Bíblia, também conhecido como Palavra de Deus, Lei do Senhor, Mandamentos,
Sagradas Escrituras etc. A Bíblia é um conjunto de livros que foram escritos
por homens inspirados por Deus. Esse manual de fé e prática possui 39 livros no
Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento, totalizando 66 livros.¹ É importante
frisar que na Bíblia há gêneros literários, logo, devemos ter alguns cuidados
ao ler as Escrituras, a fim de, não adulterar o contexto original da passagem.
Muitos terão dúvidas a respeito da diferença
da “Bíblia Protestante” para a Bíblia da Igreja Católica Apostólica Romana
(ICAR), que incluem mais sete livros, totalizando 73 livros. A ICAR acrescentou-os
ao cânon a partir da Reforma Protestante, no Concílio de Trento em 1546. Mas o
que vem a ser esse tal de “Cânon” e qual é a sua importância para a igreja?
Segundo Alister McGrath,
Cânon significa “uma regra ou um ponto fixo de
referência”.² Isso significa que a igreja cristã deve ser orientada
doutrinariamente a partir dos livros contidos nesse Cânon de 66 livros. Aceitar,
por exemplo, os sete livros apócrifos (Duvidoso, não inspirado por Deus) da
ICAR, é admitir muitos ensinos que contrariam os profetas e os apóstolos,
homens que falaram inspirados por Deus. Mesmo que tais livros possam ser lidos
como fontes históricas, eles não poderão ser aceitos como canônicos.
Estudiosos da ICAR
costumam afirmar que o concílio de Roma (392) aceitou os livros apócrifos como
canônicos, mas, esse argumento é fraco, pois o concílio foi local, e para ele
ser aceito pela Igreja, o mesmo deveria ser ecumênico, ou seja, mais
abrangente. Além disso, muitos teólogos da ICAR rejeitaram esse novo Cânon.³
A história da igreja vai apontar homens de
Deus que batalharam pela sã doutrina e rejeitavam ensinamentos que distorciam a
verdade. Ensinos perniciosos começaram aparecer bem cedo e traziam doutrinas
que contrariavam o Antigo e o Novo Testamento. Então, segue alguns desses
homens que preservavam o bom ensino a partir da ideia de confiar no Cânon como
temos hoje: Justino, Irineu, Clemente de
Alexandria, Tertuliano, Atanásio etc.
Tendo dito isso, a Tradição Reformada entende
que todos os sessenta e seis livros que fazem parte da Bíblia são os únicos
livros de inspiração divina, isso torna as Escritura Sagradas sem erros e
infalíveis, estando acima de qualquer concílio e liderança. Todos devemos nos submeter
a Deus, obedecendo os seus mandamentos.
Sola Scriptura = Somente as Escrituras
1 - Confissão de Fé de
Westminster, 1:2
2 – McGrath, Alister; Teologia Sistemática, histórica e
Filosófica; uma introdução à teologia cristã. São Paulo, Shed Publicações,
2016, p 47.
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