segunda-feira, 5 de junho de 2017

O Cânon Bíblico



É senso comum que o livro sagrado dos Cristãos é a Bíblia, também conhecido como Palavra de Deus, Lei do Senhor, Mandamentos, Sagradas Escrituras etc. A Bíblia é um conjunto de livros que foram escritos por homens inspirados por Deus. Esse manual de fé e prática possui 39 livros no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento, totalizando 66 livros.¹ É importante frisar que na Bíblia há gêneros literários, logo, devemos ter alguns cuidados ao ler as Escrituras, a fim de, não adulterar o contexto original da passagem.

 Muitos terão dúvidas a respeito da diferença da “Bíblia Protestante” para a Bíblia da Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR), que incluem mais sete livros, totalizando 73 livros. A ICAR acrescentou-os ao cânon a partir da Reforma Protestante, no Concílio de Trento em 1546. Mas o que vem a ser esse tal de “Cânon” e qual é a sua importância para a igreja? Segundo Alister McGrath,

 Cânon significa “uma regra ou um ponto fixo de referência”.² Isso significa que a igreja cristã deve ser orientada doutrinariamente a partir dos livros contidos nesse Cânon de 66 livros. Aceitar, por exemplo, os sete livros apócrifos (Duvidoso, não inspirado por Deus) da ICAR, é admitir muitos ensinos que contrariam os profetas e os apóstolos, homens que falaram inspirados por Deus. Mesmo que tais livros possam ser lidos como fontes históricas, eles não poderão ser aceitos como canônicos.
Estudiosos da ICAR costumam afirmar que o concílio de Roma (392) aceitou os livros apócrifos como canônicos, mas, esse argumento é fraco, pois o concílio foi local, e para ele ser aceito pela Igreja, o mesmo deveria ser ecumênico, ou seja, mais abrangente. Além disso, muitos teólogos da ICAR rejeitaram esse novo Cânon.³

 A história da igreja vai apontar homens de Deus que batalharam pela sã doutrina e rejeitavam ensinamentos que distorciam a verdade. Ensinos perniciosos começaram aparecer bem cedo e traziam doutrinas que contrariavam o Antigo e o Novo Testamento. Então, segue alguns desses homens que preservavam o bom ensino a partir da ideia de confiar no Cânon como temos hoje: Justino, Irineu, Clemente de Alexandria, Tertuliano, Atanásio etc.

 Tendo dito isso, a Tradição Reformada entende que todos os sessenta e seis livros que fazem parte da Bíblia são os únicos livros de inspiração divina, isso torna as Escritura Sagradas sem erros e infalíveis, estando acima de qualquer concílio e liderança. Todos devemos nos submeter a Deus, obedecendo os seus mandamentos.

Sola Scriptura = Somente as Escrituras



1 - Confissão de Fé de Westminster, 1:2

2 – McGrath, Alister; Teologia Sistemática, histórica e Filosófica; uma introdução à teologia cristã. São Paulo, Shed Publicações, 2016, p 47.

3 - http://www.monergismo.com/textos/bibliologia/apocrifos_analisando_geisler.htm

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Nome:
E-mail: